Segunda-feira, 18 de Agosto de 2008
Ao Comentário deixado ao post: “ Não acredite Nisto” pelo sr. “Pois pois”
Olá. Mau grado o manifesto azedume do seu comentário, deixo-lhe a minha gratidão por se ter dignado comentar. Sem as opiniões de quem lê, favoráveis ou não, o blog seria era uma enorme pasmaceira.
Depois, e apesar de me acusar de brincar aos jornalistas, coisa que não pretendo ser, nem a sério nem a brincar, apesar disso, a minha escrita acabou por suscitar-lhe uma reacção, o que eu acho muito positivo. E acredite que não será desvalorizada só pelo facto de ser uma crítica cáustica em relação ao artigo em causa.
Já quanto aos conselhos que aqui me deixa, vai perdoar-me mas não pretendo aceitá-los, já que, não sei se estará lembrado, mas no tempo da outra senhora todos éramos "aconselhados" no mesmo sentido e isso é coisa que não nos passa pela cabeça, nem a si, provavelmente.
Depois, e parafraseando o Prof. Agostinho da Silva, "estão V.Exas desde já autorizados a fazer dos meus escritos o que bem entenderem, até mesmo enviá-los aos vossos inimigos para os aborrecerem com a minha escrita".
Se tivesse lido com o cuidado suficiente e alheando-se de quaisquer interesses políticos, teria percebido a intenção de, virando a escrita pelo lado do avesso, chamar à atenção para as enormes carências existentes no Concelho e na região, carências que noutros locais foram ultrapassadas sem que nela houvessem as mais diversas condições que no Concelho do Gavião existem, mas na sua maneira de apresentar as coisas, afinal a culpa parece ser de “quem gosta de criticar” e não de quem é pago por todos nós para exercer os cargos públicos para os quais são eleitos. O mesmo se aplica à clara inaptidão da classe empresarial que “passaram” pelo Concelho nas últimas gerações e que "nunca mexeram uma palha" para inverter a desertificação humana ocorrida nas últimas cinco décadas.
Para terminar permita-me desconfiar de que o incomoda o facto de haver quem tenha imaginação suficiente para, como dizia António Aleixo; "dizer verdades a rir aos que nos mentem a sério".
Bem haja.
sinto-me: Esperançado
música: Nõa há machado que corte a raiz ao pensamento
Domingo, 3 de Agosto de 2008
Soube-se há poucos dias que estão a ser contactados os proprietários de todos terrenos situados na orla da Estrada Nacional Nº118 numa extensa área de charneca que se estende desde o alto da Degracia até ao entroncamento da Atalaia, no sentido de os sensibilizar para a cedência de vastas áreas destinadas à implantação de um mega projecto industrial.
Parece que, um verdadeiro reboliço se aproxima a passos largos do nosso Concelho. Um projecto industrial de dimensões nunca antes vistas irá provavelmente mudar a face do Concelho e arrasar de vez o marasmo da região.
Grandes fábricas de transformação de produtos agrícolas, pequenas e médias indústrias dos mais diversos ramos de actividade estarão já previstas para o local.
Centenas de postos de trabalho irão ali nascer nos próximos anos, e prevê-se que a maioria deles serão destinados preferencialmente a casais em idade fértil que prometam fixar-se como habitantes permanentes no Concelho.
As autoridades locais, acometidas de um entusiasmo quase eufórico, falam já na necessidade de se iniciarem obras de restauro e ampliação das escolas primárias da Atalaia e da Degracia para já, prevendo-se que outras serão igualmente recuperadas a par da implantação do projecto industrial, já que se prevê que estas medidas venham a contribuir para um rápido rejuvenescimento da população de todo o Concelho.
A euforia parece ter já chegado a todos os cantos do mundo, e uma febre colectiva do regresso às origens estará a disseminar-se descontroladamente, pelo que as autoridades locais estarão a apelar à calma e ao bom senso das pessoas, para que o regresso se processe faseadamente afim de evitar filas de automóveis e de camionetas de firmas especializadas em mudanças de casa.
Mas parece que o que mais estará a preocupar os responsáveis, será o mais que provável desencadear de uma onda inflacionária e o aproveitamento especulativo dos negócios imobiliários no Concelho.
Bem, falta apenas dizer que, estas notícias não são verdadeiras, e que não passam de uma pequena rábula pensada por alguém que bem gostaria que tudo isto fosse a sério. Quem sabe um dia.
Como diria Miguel Torga; (Ter um destino é não caber no berço onde o corpo nasceu, é transpor as fronteiras uma a uma e morrer sem nenhuma).
João Margarido Chamiço
sinto-me: A sonhar